segunda-feira, 6 de agosto de 2012


Casamento coletivo marca o mês das noivas  

Pela primeira vez em São Miguel do Oeste foi realizada a união de 31 casais no último sábado, dia 19

Débora Ceccon

A maioria das mulheres sonhou ou sonha em um dia se casar, acompanhada da família, amigos e amigas, com vestido de noiva, véu, grinalda, buque, festa e o grande amor de sua vida. O mês das noivas, maio, foi escolhido propositalmente para realizar o primeiro casamento coletivo de São Miguel do Oeste na Igreja São Miguel Arcanjo, cerimônias evangélicas no Centro de Tradição Gaúcha Porteira Aberta e casamento civil todos realizados no dia 19 no último sábado. No total 31 casais oficializaram união com a presença de familiares e colaboradores do evento.
A igreja decorada com flores, pétalas de rosas, véu branco e no corredor um tapete vermelho aguardavam a vinda dos casais que coletivamente realizaram um sonho, o da união com a benção de Deus. Enquanto um casamento com uma noiva já enche os olhos de quem participa da cerimônia, um casamento com mais de 21 noivas todas com vestidos brancos, enfeitaram o ambiente e surpreenderam os amigos e familiares que acompanharam as cerimônias. Na Igreja Católica foram 21 casais que se uniram, ao mesmo tempo em que ocorria o casamento católico, no CTG Porteira Aberta sete evangélicos participaram de sua cerimônia e três optaram pelo casamento civil. O evento foi organizado pela Fundação Aury Luiz Bodanese com apoio da Unidade Aurora de São Miguel do Oeste, Torfresma Industrial e Cooper Alfa.
A equipe de voluntariado da Aurora Amigo Energia organizou o evento além de parcerias com empresas. De acordo com o supervisor administrativo da Aurora, Claudio Schumann, os casais apenas tiveram a despesa da vestimenta e das alianças, o restante foi patrocinado pelas empresas que participaram do evento. Segundo ele o objetivo era fazer casamento apenas dos funcionários da Aurora, mas por fim, funcionários da Torfresma e Cooper Alfa que tinham interesse em casar também participaram, além de alguns casais da comunidade.
Após as cerimônias todos os noivos e familiares foram recepcionados no CTG Porteira Aberta, onde o ambiente que foi todo decorado com flores aguardava os recém casados para a comemoração da união coletiva. Schumann conta que no CTG foi realizado o brinde aos noivos, a tradicional valsa. Após foi servido coquetel a todos os convidados e um baile em comemoração ao casamento coletivo. O supervisor administrativo da Aurora explica que cada casal teve o direito de convidar 15 pessoas para prestigiar a festa.
Um fato curioso que Schumann citou sobre o casamento coletivo que por si só já é curioso, é o casamento de três irmãs. Segundo ele as três fizeram uma festa em um clube. Além dessas outras histórias curiosas foram acompanhadas durante o casamento coletivo como a união de pessoas que já estavam há muitos anos juntos e resolveram oficializar a união na oportunidade. “É muito interessante ao ver os casais alguns entrando com os filhos na igreja, foi muito emocionante e a gente se emocionou junto, e essa era a idéia, o objetivo disso é levar a felicidade e alegria para as pessoas. Quando a gente pensa nos funcionários a gente sempre quer a valorização do ser humano e poder propiciar isso a eles, de poder ajudar a organizar a família é uma coisa que não tem preço a gente buscou e planejou isso, não há nada que pague isso”, reconhece.
Schumann salienta que organizar um casamento já dá muito trabalho, então quando esse número aumenta para 31 casamentos, o trabalho é acrescido igualmente. Porém diz que valeu a pena, pois o evento contou com muitos voluntários e parceiros do casamento coletivo que ajudou. Segundo ele foram gastos aproximadamente R$ 16 mil para a Fundação Aury Luiz Bodanese mais a colaboração das empresas Aurora, Torfresma e Cooper Alfa.

CASAMENTO DE MÃE E FILHA
Das várias histórias curiosas e emocionantes que o casamento coletivo uniu, uma delas foi a união de dois casais onde as noivas eram mãe e filha. Elizandra Carine Hoffmann de 20 casou com Rafael Miranda de 29 anos, em seu casamento sua mãe esteve presente, porém não como uma convidada e sim como noiva também. A mãe e noiva, Salete Ortiz Ferreira de 55 anos se casou com José Pedro Schoingele de 59 anos após um relacionamento de mais de oito anos. 
Salete diz que a cerimônia foi muito emocionante e afirma que nunca imaginou casar no mesmo dia e no mesmo casamento que sua filha Carine. José que já foi casado outras duas vezes, diz que já era feliz no relacionamento, porém o dia foi para oficializar a união dos dois. “Eu já era feliz com ela, mas agora renovamos a força de viver juntos”, menciona. A família dos dois esteve presente e comemoraram a união dos dois. 
Elizandra que após dois anos de namoro com Rafael, diz que nunca imaginou casar com outros 30 casais e um deles sendo a própria mãe. “É um sonho muito grande que eu tinha e hoje me sinto realizada”, diz. Ela ainda afirma que o dia da noiva foi tudo e mais um pouco do que ela esperava. “Vai ser a primeira e a ultima vez que vou casar”, finaliza. O noivo dela, Rafael que casou junto com o sogro e a sogra que também estavam casando, disse que se sente feliz pelos dois casamentos da família.


25 ANOS DE CASADOS AGORA FINALMENTE OFICIALIZADO
A noiva Zenilda da Silva de 49 anos e Orlando dos Santos de 56 anos de São Miguel do Oeste estão juntos há 25 anos. Porém o tão esperado casamento ocorreu no sábado junto com os demais casais. Orlando diz que já tinham combinado de fazer o casamento e quando surgiu a oportunidade do casamento coletivo uniram a vontade de casar com a chance de realizar um sonho.
O casal simpático que já tem um neto e quatro filhos com sorrisos conta que a família aprovou a idéia do casamento e ficaram muito felizes com a decisão deles em oficializar a união. “Estamos muito felizes, depois de 25 anos convivendo juntos nada melhor que oficializar a vida da gente”, afirma Orlando. Ele conta que é funcionário da Aurora Alimentos há 23 anos.
Zenilda emocionada que optou em não usar o vestido de noiva, conta que ao entrar na cerimônia com um buque de flores nas mãos, sentiu uma tremedeira nas pernas tamanha a emoção que sentiu. “Eu senti uma tremedeira, a gente nunca foi num casamento e nem sabia como era, então me deu um frio”, ri ela.