quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os sonhos, quando reais não são sonhos


Quando era criança, sempre sonhava em um dia morar sozinha.
Morar sozinha e ter meu carro para sair a hora que desejasse.
Até que um dia isso aconteceu, mas não como no sonho que eu tinha...
Naquela época não imaginava o que é estar sozinha entre quatro paredes, somente na companhia da TV, som e computador.
Nem se quer imaginava a saudade que sentiria ficando longe dos pais, da família, dos animaizinhos de estimação. Ah que faltam que fazem! Se soubessem!
Achava que saudades seria muito difícil de sentir.
Ledo engano.
Nunca pensou no significado que uma planta que espera para ser regada, teria em sua existência.
Como é bom termos tempo para estamos sós, para ler, assistir a um filme, cuidar de nós. Mas como é ruim quando esse nosso tempo se prolonga e cansamos de estarmos sós com o tempo todo.
Músicas melancólicas nesses momentos lhe faziam companhia com as lágrimas e fotos.
Mas só assim consegui descobrir coisas que até então desconhecia em meu próprio ser. Descobri que não nasci para viver sozinha. Descobri que tenho mais paciência que imaginava ter. Descobri que posso economizar e isso me faz sentir mais tranqüila no final das contas (e do mês). Descobri que não se pode confiar em todo mundo, mas que tem muitas pessoas confiáveis ainda no mundo.
Descobri também que mesmo a ponto de desistir, largar tudo, posso ainda tentar agüentar e perceber que tenho força para superar aquilo que achava impossível. Descobri uma força que não acreditava ter, justamente por estar sozinha enfrentando o mundo.
Descobri como amo as pessoas que sempre estiveram ao meu lado e que talvez por isso não notasse tamanho amor.

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