Casamento coletivo marca o mês das
noivas
Pela primeira
vez em São Miguel do Oeste foi realizada a união de 31 casais no último sábado,
dia 19
Débora Ceccon
A maioria das mulheres sonhou ou sonha
em um dia se casar, acompanhada da família, amigos e amigas, com vestido de
noiva, véu, grinalda, buque, festa e o grande amor de sua vida. O mês das
noivas, maio, foi escolhido propositalmente para realizar o primeiro casamento
coletivo de São Miguel do Oeste na Igreja São Miguel Arcanjo, cerimônias
evangélicas no Centro de Tradição Gaúcha Porteira Aberta e casamento civil
todos realizados no dia 19 no último sábado. No total 31 casais oficializaram
união com a presença de familiares e colaboradores do evento.
A igreja decorada com flores, pétalas de
rosas, véu branco e no corredor um tapete vermelho aguardavam a vinda dos
casais que coletivamente realizaram um sonho, o da união com a benção de Deus. Enquanto
um casamento com uma noiva já enche os olhos de quem participa da cerimônia, um
casamento com mais de 21 noivas todas com vestidos brancos, enfeitaram o
ambiente e surpreenderam os amigos e familiares que acompanharam as cerimônias.
Na Igreja Católica foram 21 casais que se uniram, ao mesmo tempo em que ocorria
o casamento católico, no CTG Porteira Aberta sete evangélicos participaram de
sua cerimônia e três optaram pelo casamento civil. O evento foi organizado pela
Fundação Aury Luiz Bodanese com apoio da Unidade Aurora de São Miguel do Oeste,
Torfresma Industrial e Cooper Alfa.
A equipe de voluntariado da Aurora Amigo
Energia organizou o evento além de parcerias com empresas. De acordo com o
supervisor administrativo da Aurora, Claudio Schumann, os casais apenas tiveram
a despesa da vestimenta e das alianças, o restante foi patrocinado pelas
empresas que participaram do evento. Segundo ele o objetivo era fazer casamento
apenas dos funcionários da Aurora, mas por fim, funcionários da Torfresma e
Cooper Alfa que tinham interesse em casar também participaram, além de alguns casais
da comunidade.
Após as cerimônias todos os noivos e
familiares foram recepcionados no CTG Porteira Aberta, onde o ambiente que foi
todo decorado com flores aguardava os recém casados para a comemoração da união
coletiva. Schumann conta que no CTG foi realizado o brinde aos noivos, a
tradicional valsa. Após foi servido coquetel a todos os convidados e um baile
em comemoração ao casamento coletivo. O supervisor administrativo da Aurora
explica que cada casal teve o direito de convidar 15 pessoas para prestigiar a
festa.
Um fato curioso que Schumann citou sobre
o casamento coletivo que por si só já é curioso, é o casamento de três irmãs.
Segundo ele as três fizeram uma festa em um clube. Além dessas outras histórias
curiosas foram acompanhadas durante o casamento coletivo como a união de
pessoas que já estavam há muitos anos juntos e resolveram oficializar a união
na oportunidade. “É muito interessante ao ver os casais alguns entrando com os
filhos na igreja, foi muito emocionante e a gente se emocionou junto, e essa
era a idéia, o objetivo disso é levar a felicidade e alegria para as pessoas.
Quando a gente pensa nos funcionários a gente sempre quer a valorização do ser
humano e poder propiciar isso a eles, de poder ajudar a organizar a família é
uma coisa que não tem preço a gente buscou e planejou isso, não há nada que
pague isso”, reconhece.
Schumann salienta que organizar um
casamento já dá muito trabalho, então quando esse número aumenta para 31
casamentos, o trabalho é acrescido igualmente. Porém diz que valeu a pena, pois
o evento contou com muitos voluntários e parceiros do casamento coletivo que
ajudou. Segundo ele foram gastos aproximadamente R$ 16 mil para a Fundação Aury
Luiz Bodanese mais a colaboração das empresas Aurora, Torfresma e Cooper Alfa.
CASAMENTO
DE MÃE E FILHA
Das várias histórias curiosas e
emocionantes que o casamento coletivo uniu, uma delas foi a união de dois
casais onde as noivas eram mãe e filha. Elizandra Carine Hoffmann de 20 casou
com Rafael Miranda de 29 anos, em seu casamento sua mãe esteve presente, porém
não como uma convidada e sim como noiva também. A mãe e noiva, Salete Ortiz
Ferreira de 55 anos se casou com José Pedro Schoingele de 59 anos após um
relacionamento de mais de oito anos.
Salete diz que a cerimônia foi muito
emocionante e afirma que nunca imaginou casar no mesmo dia e no mesmo casamento
que sua filha Carine. José que já foi casado outras duas vezes, diz que já era
feliz no relacionamento, porém o dia foi para oficializar a união dos dois. “Eu
já era feliz com ela, mas agora renovamos a força de viver juntos”, menciona. A
família dos dois esteve presente e comemoraram a união dos dois.
Elizandra que após dois anos de namoro
com Rafael, diz que nunca imaginou casar com outros 30 casais e um deles sendo
a própria mãe. “É um sonho muito grande que eu tinha e hoje me sinto
realizada”, diz. Ela ainda afirma que o dia da noiva foi tudo e mais um pouco
do que ela esperava. “Vai ser a primeira e a ultima vez que vou casar”,
finaliza. O noivo dela, Rafael que casou junto com o sogro e a sogra que também
estavam casando, disse que se sente feliz pelos dois casamentos da família.
25 ANOS DE
CASADOS AGORA FINALMENTE OFICIALIZADO
A noiva Zenilda da Silva de 49 anos e
Orlando dos Santos de 56 anos de São Miguel do Oeste estão juntos há 25 anos. Porém
o tão esperado casamento ocorreu no sábado junto com os demais casais. Orlando
diz que já tinham combinado de fazer o casamento e quando surgiu a oportunidade
do casamento coletivo uniram a vontade de casar com a chance de realizar um
sonho.
O casal simpático que já tem um neto e
quatro filhos com sorrisos conta que a família aprovou a idéia do casamento e
ficaram muito felizes com a decisão deles em oficializar a união. “Estamos
muito felizes, depois de 25 anos convivendo juntos nada melhor que oficializar
a vida da gente”, afirma Orlando. Ele conta que é funcionário da Aurora
Alimentos há 23 anos.
Zenilda emocionada que optou em não usar
o vestido de noiva, conta que ao entrar na cerimônia com um buque de flores nas
mãos, sentiu uma tremedeira nas pernas tamanha a emoção que sentiu. “Eu senti
uma tremedeira, a gente nunca foi num casamento e nem sabia como era, então me
deu um frio”, ri ela.